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domingo, 27 de maio de 2012

Construção e inauguração da Capela da Comunidade Rural da Mutuca


          Um sonho iniciado nos anos 1970 acaba de ser concretizado. Um sonho que se foi sonhado coletivamente e que coletivamente foi realizado. Sonho humilde e simples de poder adorar a Deus em um local mais perto de sua morada, de tornar a sua região de origem preparada para receber uma celebração católica.
          No dia 20 de maio de 2012 (domingo)foi benta, pelo bispo diocesano de São João Del Rei, Dom Célio de Oliveira Goulart, OFM, a capela do povoado da Mutuca, do município de Lagoa Dourada. Fato curioso é que desde o ano de 1976 essa comunidade rural havia mudado sua nomenclatura em decorrência do passo inicial do sonho almejado. Com a construção de uma cruz de alguns metros de altura, no alto de uma colina, a “Mutuca” virou “Cruzeiro da Mutuca” e, anualmente, sempre no mês de junho, a comunidade passou a se reunir em torno desse cruzeiro para festejar e manifestar sua devoção (com missa e procissão) aos seus padroeiros: o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado coração de Maria.
          Fé não faltava a esse povo, mais faltava um local em que pudessem praticá-la plenamente, livre das intempéries. O mês de junho não é de chuva, mas o vento frio de início de inverno já rachou muitos lábios e deixou muitos resfriados no topo daquele morro descampado. 

 Foto do Cruzeiro da Mutuca, construído em 1976 (foto de 2007)

          A solução para a festa sertaneja que ocorre depois da cerimônia religiosa veio em 1984 com as construções de alvenaria feitas para guardar as imagens dos protetores e para substituir as barracas de lona onde se vendia doces, comidas e bebidas.
          Mas, apesar das construções existentes, faltava um templo que acolhesse Jesus sacramentado e o povo que compõe sua Igreja. Esse templo era um sonho impossibilitado pela falta de recursos financeiros e pela falta de pessoas suficientes e dispostas a doarem seu escasso tempo livre à construção da capela e organização da obra.
          Essa situação mudou no ano de 2010, ano em que a capela finalmente começou a ser erguida. Não cabe mencionar nomes, pois certamente esqueceria-se de alguém que ajudou e que é digno de congratulações. Mas cabe destacar alguns pontos. Na construção não foi gasto um centavo de dízimo, todos os recursos vieram de particulares, não da Igreja; grande parte da obra não foi remunerada, pedreiros e serventes trabalharam voluntariamente após seus expedientes ou nos finais de semana; todos os objetos (litúrgicos e decorativos), materiais de construção e mobiliário da sacristia foram doados. Foi a fé, a caridade e a boa vontade que levou a capela a ficar pronta em poucos meses. Em maio de 2011 todo o interior da capela já estava concluído e apto para receber os fiéis para a celebração do rito eucarístico. Desde então, algumas missas ocorreram no local, como a que tornou venerável a nova imagem dedicada ao Imaculado Coração de Maria.

Capela em Maio de 2011



Missa de benção da nova imagem do Imaculado Coração de Maria (05/05/2012), celebrada pelo monsenhor José Hugo


          Entre 2011 e 2012 obras externas ocorreram, como a nivelação e cercamento do terreno, a mudança do local do cruzeiro – afastando-o da capela, sem danificá-lo – e a construção de uma passarela entre a capela e o portão de entrada. Ficou faltando apenas um jardim, rodeando-a, que, aliado à vista que se tem no ato daquele morro, deixaria o local perfeito.
          A inauguração oficial ocorreu no dia 20/05/2012, quando a capela foi - como manda a Igreja Católica Apostólica Romana – benta pelo bispo diocesano. E, felizmente, o templo acabou se tornando pequeno, pois cinco ônibus oriundos da sede municipal juntamente com algumas centenas de carros e motos levaram uma multidão ao evento.
          O bispo foi recebido com palmas e fogos por volta das 15 horas de uma tarde de sol ameno e agradável de outono. Preces e agradecimentos foram feitos, as paredes externas aspergidas com água benta e logo a celebração eucarística foi iniciada. Grande parte dos presentes não conseguiu entrar – a capela tem capacidade para apenas 80 pessoas sentadas – mas ficaram atentos ao sistema de som instalado do lado de fora e que reproduzia as palavras dos celebrantes e dos cânticos entoados pelo Coro da Paróquia de Santo Antônio de Lagoa Dourada, que fez uma de suas mais bonitas apresentações. Dos clérigos, além de Dom Frei Célio de Oliveira Goulart, estava presente o seminarista Éder Júnior Torquetti e os três padres de Lagoa Dourada: o pároco José Walter Silva de Carvalho e os vigários Monsenhor José Hugo de Resende Maia e padre Jair Rodrigues de Castro, que mesmo em idade avançada e com saúde frágil, fez questão de estar presente e participar de momento tão especial.
          Durante a missa festiva, em diferentes momentos, paredes internas, altar e sacrário foram aspergidos e bentos. A bela celebração religiosa terminou com a retirada do véu que cobria a placa responsável por comunicar aos ausentes e à posteridade o que ocorreu ali naquele dia e que, também, parabeniza todos que contribuíram com bens e/ou trabalho ao longo de todo o processo de construção daquele, agora, já abençoado templo.
          Cumprida a parte sagrada, passou-se à parte profana do evento. Houve retreta da Banda de Música Lyra Lagoense e, quando os clérigos já se dirigiam para a cidade, o sertanejo e o forró começavam a tocar. Foram realizados dois shows de música, um da dupla “Felipe e Gabriel” e outro de um grupo chamado “Zito, sua Sanfona e seus Netos”. As duas apresentações - apesar dos problemas com o som causado pelas quedas da rede de energia que não aguentava toda a aparelhagem ligada - agradaram muito, principalmente o segundo grupo, composto pelo senhor “Zito da Cachoeira” (vocalista e sanfoneiro) e por quatro crianças, cada um com um instrumento na mão.
          Assim que o sol se pôs, o frio começou a incomodar. A festa que começou por volta das 16h30min terminou por volta das 21h00min. Todos foram embora diante da segunda-feira de trabalho que se aproximava, mas foram realizados e com a sensação de dever cumprido diante da devoção a Jesus e Maria, representados nas figuras do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria.
          Que essa nova e humilde casa de Deus exerça por anos e anos sua função junto à comunidade católica e que todos que contribuíram para sua construção sejam retribuídos por Deus no dia do juízo.


PARABÉNS A TODA A COMUNIDADE DA MUTUCA!!!



Fotos do dia da bênção - 20/05/2012

 

vista geral
concentração de fiéis

Capela e Cruzeiro da Mutuca

Chegada do bispo Dom Frei Célio

Inauguração da placa comemorativa

Coro Paroquial e Altar

Dom Célio (esquerda), padre José Walter (centro) e padre Jair (direita)

Visão da Placa - 1

Visão da Placa  - 2

vista interna da capela

Palco de Shows

Público Presente

Lyra Lagoense



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